Freud o definiu como superego, a religião o definiu como diabo ( diabolos,
do grego "o que fala contra") já Jung o definiu na sua essência como a
voz interior que não é a consciência propriamente dita, pois consciência
está relacionada a atitudes coerentes livres de julgamentos e das
amarras de qualquer modelo mental, a definição mais correta para essa
voz diabólica que chega em momentos de escolhas, conflitos e sentimentos de inércia usada por Jung foi o Acusador.
Todos temos essa voz interior que nos limita e nos puxa para baixo,
quando poderíamos ir muito mais além dos limites de nosso ego.
O
ego aliás, é quem determina nossa culpa, que diz o que somos ou não
capazes de realizar, qual o máximo de nosso potencial, o ego expande o
nosso modelo mental a ponto de criarmos padrões para nossos
relacionamentos, vida social, financeira e capacidade mental. Nossas
experiências de vida podem no máximo, serem usadas para reflexão, onde
erramos, o que faltou ser feito para evitar a frustração e conquistar os
objetivos almejados. Temos a mania de julgar os acontecimentos de hoje
baseados no sempre passado, a relação que nossas mães têm com nossos
pais por exemplo, por mais que digamos sermos totalmente independente de
pensamento, determina qual o padrão de pessoas que devem entrar e
permanecer em nossas vidas, se um acontecimento hoje é familiar ao nosso
modelo mental, o decíframos erroneamente, ao invés de analisa-lo em sua
essência. Todo esse sentimento de prejugarmos pessoas, acontecimentos e a
nos mesmos, é basicamente o acusador fazendo o que ele faz de melhor:
dizer qual é o seu melhor e até onde você consegue ir.
Se livrar do acusador é tarefa difícil, considerando que ele
está em nossa essência, mas conviver com ele pacificamente é o passo
inicial para reconhecermos os conflitos que estão muitos mais enraizados
a como aprendemos a pensar do que a qualquer percepção racional. O
acusador nos impede de evoluir enquanto pessoas, pois para mim, isso
está muito mais ligado a plenitude de vivenciar o hoje do que
imaginamos. O hoje livre das culpas e experiências passadas e anteriores
a nossa existência, nos permite enxergar situações difíceis e momentos
de impasse com muito mais serenidade mas acima de tudo faz com
entendamos que estamos em um processo adaptativo constante, o que o
acusador te mostra como uma cilada, como algo do qual você deve fugir,
como o fundo do posso, a consciência racional te mostra como uma
possibilidade de evolução. Estar em um conflito ou se sentir inerte no
fluxo da vida é o pontapé para as mudanças necessárias quando o acusador
deixa de protagonizar os nossos pensamentos.
" O crítico interior pode nos debilitar. Devemos aprender a reconhecer esse inimigo, já que o reconhecimento é o primeiro passo para nos impedir que esse adversário nos paralise. Cada um possui um Acusador com uma personalidade específica e uma forma específica de enviar uma mensagem desencorajadora. Se não reconhecermos o Acusador, nossos sentimentos de culpa, vergonha ou inadequação serão vagos ou indiferenciados. Eles se tornam meramente "quem somos nós", em vez da voz de um intruso que não nos ajuda em nada. "
Timothy Butler no livro "Como Sair do Impasse.
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