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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

O natural também é uma alteração.

 Acompanhe o depoimento do estudante Carlos sobre preconceito contra pessoas héteros...

 Eu sou Carlos, tenho 23 anos e estudo economia. Eu não tenho preconceito contra heterossexuais, desde de que elas fiquem no canto delas, desde que não venham mexer comigo. Elas no canto delas e eu no meu! Eu acho assim... cada um faz o que quiser né!? Se elas quiserem ir lá " dá"  pros caras, eu acho que ninguém tem nada haver com isso, isso é entre elas e os caras que querem pegar elas, então não vou fazer um julgamento disso. Uma vez eu tava numa boate, numa boate normal... não era nem uma boate hétero, aí veio uma mina e começou a jogar um papinho, aí eu "  ihhhhhhh ta me estranhando???"  Porque aí eu já acho meio invasivo, porque tem um monte de lugar que elas podem fazer isso com os caras delas. Quando eu falo com um amigo " Ahh seu hétero!" , não é pra ofender! É brincadeira, é tom de brincadeira mesmo, não tem esse tom pejorativo que as pessoas falam. Eu não me considero uma pessoa preconceituosa.




 Segue o vídeo de onde foi extraído o trecho citado acima, os autores do vídeo deveriam ganhar um prêmio, pois retratam de forma muito criativa uma releitura sobre o preconceito, no vídeo é possível conferir também o relato de Camile , 22 anos, que mora no Vidigal (um bairro-favela da cidade do Rio de Janeiro)e não tem preconceito contra os cariocas da zona sul e também de Maria Clara, 36 anos, e trata pessoas brancas "como se fossem iguais".



 Toda vez que algo foge do nosso padrão tendemos a olhar com estranheza, porque aprendemos que tudo tem uma regra certa, e que se algo não respeita essas regras , estamos lidando com algo fora dos padrões mas afinal de contas... esses padrões são nossos, e se tivermos aprendido errado? Quem estaria então deslocado das regras, se for analisado por esse ponto, existe uma possibilidade então  de vivermos em uma sociedade de uma maioria enganada. Parece papo de estudante de filosofia, mas estranho é tudo aquilo que não respeita a perspectiva que aprendemos a enxergar, para quem assistiu "Planeta dos Macacos" pode perceber claramente que o protagonista da história passa todo o filme tentando fugir de um planeta colonizado por primatas, mas no fim ele se torna o primata da história, uma vez que estava novamente em minoria numa Terra também colonizada por macacos. Imagine uma inversão das coisas, se homens brancos fossem disputados por senhores feudais negros nos mercados escravos? Ou se vivêssemos em uma cultura não capitalista, onde o correto fosse não ter dinheiro, e se houvessem modelos gordinhas no desfile da Victoria's Secrets... Vivemos em uma cultura onde o normal é ensinado meus caros, a ordem natural das coisas do jeito que conhecemos não surgiu naturalmente, se todos abrirmos nossas mentes para o novo, iremos descobrir uma série de afinidades com o que olhamos com tanta estranheza, poderia ser você um estranho no meio da "minoria" brigando por igualdade.



Um comentário:

Pobre esponja disse...

Sabendo se respeitar, há espaço para todos. Todos , heteros ou não, tem de ter seu limite respeitado.
Não vejo pejoratividade alguma em seu texto, é isso mesmo.
Cada um procure o que é seu e ara de olhar a grama do vizinho.

abç
Pobre Esponja